1995


A história desse ano começou igual ao começo de todos os anos. Um campeonato estadual pela frente e um nacional, mas na segunda divisão. Ninguém podia prever, naquele momento, que a Providência Divina preparava, sorrateiramente, por meio da mais sábia lição, um ambiente diferente para o Clube, para a diretoria e para os torcedores.
Se assim começou igual a todos os anos, um fato curioso, mas dolorido, e um grito de revolta por esse fato, marcariam de maneira indelével a família rubro-negra, afetando o corpo, a alma e a conjuntura de um futuro que começava a acontecer.
O ano da virada
O Clube possuía então um modesto patrimônio. Nem tão modesto assim, mas limitado, sem nada a oferecer além de um campo de futebol, simples e carinhosamente tratado por Baixada, e um parque aquático, que constituía um terreno situado às margens das nascentes do rio Iguaçu, sujeito permanentemente a catastróficas inundações. Os investimentos aí realizados foram modestíssimos. Investimentos maiores seriam um risco.
O time de futebol era limitado. Mesmo conhecendo as limitações daquela equipe – aspecto que acompanhava há anos os torcedores atleticanos – a motivação era sempre grande, pois a raça incomum e a mística da combinação dessas duas fortes cores sempre estimularam a nação rubro-negra. Talvez essa circunstância tenha sido um capricho do destino diante de tamanha sinceridade dos atleticanos, sentimentais e emocionados, conformados, no entanto, em percorrer o sinuoso caminho coberto pelo manto vermelho e preto. De maneira que, mesmo diante de obstáculos que podem parecer de difícil superação, uma força inexplicável existe nos atleticanos, pois têm o poder de transformar o infortúnio momentâneo em esperança, modificando resultados adversos em tolerância e paciência. Tal qual com o filho pequeno ao cometer uma travessura: não faça mais isso!
Os milhares de atleticanos que compareceram ao Couto Pereira naquele dia de Páscoa viram a modesta equipe tombar frente ao rival, Coritiba, de maneira cabal, sem o esboço de uma reação sequer.
Com apatia e frieza, os rubro-negros tomaram, como já foi dito, os cinco gols mais merecidos e bem-vindos da história!
No mesmo ano, após a desclassificação do certame estadual, o Clube Atlético Paranaense já se preparava para disputar o Campeonato Brasileiro da segunda divisão.
Novas diretrizes foram utilizadas para montar uma boa equipe. Mas o arcabouço financeiro ditava a regra da seriedade.
O PRIMEIRO TÍTULO BRASILEIRO: A ESTRELA DE PRATA
Houve um plano: foram excluídos os apoucamentos e as dilargações. Tudo numa medida certa.
Montou-se uma equipe quase nova, pois grande parte do elenco havia sido dispensada por não pertencer ao Clube.
Chegaram jogadores de diversas partes do País, permanecendo apenas Paulo Rink, que voltara de empréstimo à Chapecoense. Leomar e Alex Lopes, pratas de casa, permaneceram. Outros se encaixaram. Realizou-se uma pré-temporada.
Foi contratado José Macia, o Pepe, astro do passado, jogador de um time de sonhos, inesquecível, como técnico.
O campeonato brasileiro começava com jogos difíceis, viagens cansativas. Era a segunda divisão. A torcida mostrava sua fidelidade. Pelo rádio, vibrava e sofria, mas desfraldava a bandeira. Pepe no comando. As perspectivas iam se desenhando. Boas perspectivas. E veio finalmente o Mogi Mirim. Um a zero. Paulo Rink.
Campeão brasileiro da segunda divisão: Central de Caruaru, Baixada, quatro a um.
A euforia tomou conta da família rubro-negra. Os frutos da nova administração começavam a ser colhidos e aquela nova filosofia mostrava que as coisas seguiam dentro dos trilhos.
Foi o primeiro degrau. Um significativo e honrado momento que mostrou serem viáveis momentos mais grandiosos no futuro.
Foi o início de tudo. A partir daí, o Atlético voltava a ser o temido Furacão e a mostrar-se como um dos grandes clubes do futebol brasileiro.
Campeonato Paranaense - 1995:
05/02 - CAP 0x2 Paraná Clube
12/02 - Matsubara 0x1 CAP
19/02 - CAP 1x0 Londrina
22/02 - CAP 0x1 Coritiba
22/02 - CAP 2x1 Iraty
05/03 - União Bandeirante 2x3 CAP
10/03 - CAP 1x1 Batel
15/03 - Cascavel 2x2 CAP
18/03 - CAP 3x0 Apucarana
26/03 - Paraná Clube 2x0 CAP
02/04 - CAP 3x0 Matsubara
09/04 - Londrina 0x1 CAP
16/04 - Coritiba 5x1 CAP
19/04 - Iraty 1x1 CAP
23/04 - CAP 0x1 União Bandeirante
30/04 - Batel 1x1 CAP
03/05 - CAP 0x1 Cascavel
07/05 - Apucarana 1x3 CAP
Octogonal:
17/05 - Batel 1x1 CAP
20/05 - CAP 3x0 Londrina
28/05 - Paraná Clube 1x1 CAP
04/06 - CAP 1x0 Coritiba
08/06 - Toledo 0x2 CAP
11/06 - Matsubara 2x1 CAP
18/06 - CAP 2x0 Rio Branco
21/06 - Batel 1x1 CAP
Equipe do CAP: Gilmar, Bira, Júlio César, Luizinho, Toninho, Luiz Almeida, Tinho, Morelatto, Leomar, Emerson, Marcos Roberto, Renato Martins, Biro, Edenilson, Jorginho, Marquinhos, Xodó, Luiz Américo, Silton, Cristiano, Pádua, Mastrillo, Paulinho Kobayashi.
1995
O Clube Atlético Paranaense disputou a 2a. Divisão. Foi o início da Administração revolucionária implantada por Mário Celso Petráglia e seus companheiros da Comissão Gestora.
Graças a esplêndida campanha, o Clube Atlético Paranaense sagrou-se CAMPEÃO BRASILEIRO da SÉRIE B (2a.Divisão).
fonte: clube atlético paranaense 

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